Filmes de princesas, romance e comédia, séries de super heróis, games de ação e aventura… O mercado de séries, filmes e games, que alcança milhões de pessoas em todo o mundo, cresce e se atualiza a cada dia, não só em tecnologia, mas também em novos formatos de abordagem, temáticas e enredos, porém, ainda assim a representatividade naturalizada de personagens LGBTQIA+ continua escassa.
A comunidade LGBTQIA+ vem lutando diariamente pela representatividade natural. Neste mês de junho é comemorado o Mês do Orgulho LGBTQIA+ e manifestações a favor da comunidade acontecem no mundo inteiro.
Quando nos perguntam sobre filmes e séries, já logo veem na mente grandes produções como Disney, Netflix… A Netflix, por exemplo, é uma plataforma de streaming que nos últimos anos vem chateando e decepcionando o público cancelando séries com protagonismos de personagens LGBTQIA+. A youtuber e influenciadora digital Anna Bagunceira, que também é Ex-The Voice Brasil e hoje acumula mais de 437 mil inscritos no canal, comenta sobre o cenário de representatividade LGBTQIA+ em séries e filmes:
“Acho que a gente tem muito caminho a percorrer. Carecemos muito de representatividade, principalmente no universo de fantasias, como o das princesas. A Disney vem mudando isso, principalmente integrando isso no mundo da Marvel e colocando heróis LGBTQIA+. O que eles precisam muito fazer para mudar de vez a mentalidade das pessoas é inserir de forma naturalizada isso no mundo da Pixar, nas princesas. As pessoas associam a comunidade LGBT como algo pervertido e que induz as pessoas a algo. Se tivermos essa representatividade, talvez vejam que não há nada errado, que somos como qualquer outra pessoa e que nascemos assim”, aponta Anna Bagunceira.
No youtube, além de abordar sobre séries e filmes, Anna Bagunceira também é gamer e aborda o assunto no canal por meio de seus vídeos e lives jogando. Para ela, o universo de games também vem mudando e trazendo representatividade LGBTQIA+ nos jogos.
“A Sony Playstation está fazendo um ótimo trabalho com a saga de The Last Of Us, tivemos um protagonismo de uma personagem lésbica no segundo jogo. Ela já era protagonista no primeiro, mas ainda era muito nova, agora já vem como uma adolescente e protagonismo no jogo inteiro. É um dos maiores jogos já produzidos e temos uma representatividade incrível. Tem representatividade com lésbicas, bissexuais e transexuais. Está mudando, isso é muito bom mesmo”, completa Anna.
Além disso, a youtuber também comenta sobre o espaço de pessoas LGBTQIA+ inseridas e com visibilidades no universo de gameplay. “Estou vendo que está crescendo o número de pessoas da comunidade no universo de gameplay. Isso me deixa feliz. Temos muito caminho pela frente, mas sinto que estamos saindo do lugar”, afirma a youtuber.
Para Anna, um personagem ideal, tanto para filmes e séries, quanto para jogos, seria idealizado fugindo de todos os padrões e estereótipos possíveis. “Eu acho que a primeira coisa que eu faria ao desenvolver um personagem seria sair de padrões e naturalizar a presença de um personagem LGBTQIA+, deixando de fora qualquer estereótipo criado. A Ellie, de The Last Of Us, é totalmente fora de estereótipos. Acho isso muito legal, faria algo nessa vibe”, finaliza.