Dju segue abordando o lado enigmático e inexplicável da vida em uma série de lançamentos. Após a mística “Quase Lua Cheia” e a solar “Bem Te Vi”, “Xote Celestial” apresenta novos contornos à sonoridade da cantora sul-matogrossense radicada no Rio de Janeiro. A faixa mescla ritmos regionais brasileiros com uma irresistível pegada pop, amplificada com o clipe gravado com a participação de diversos artistas circenses.
A letra tem tudo a ver com a proposta do trabalho autoral de Dju: narra um reencontro de outras vidas, a junção de dois universos. Traduzindo em versos a sensação de reconhecer alguém de outro tempo, de outro lugar, a canção traz um olhar dançante para o que pode ser uma sensação de déjà vu – ou muito mais que isso.
“É como se pudesse acessar uma memória. É um amor que transcende, um amor livre, que vai além de ideias e conceitos, onde tudo só é e acontece naturalmente, de maneira fluída, respeitando e acolhendo os próprios ciclos. Inclusive, os altos e baixos, prós e contras, dualidades e espelhos que toda relação traz. Acho que mesmo falando sobre um ‘amor perfeito, divino, espiritual’, eu entendo que perfeito é justamente ser o que é, com suas imperfeições, acolhendo o lado mais humano, as incertezas, os medos. Por isso a ideia do espiral, porque mesmo que algo (seja um padrão, encontro entre duas almas, uma situação) se repita, é como se estivesse a uma oitava acima, como uma evolução do encontro, da situação, do ciclo”, explica a artista.
“Xote Celestial” usa a figura das constelações e planetas para comparar o amor a um salto no escuro do universo. Da narrativa focada em dois, ela se tornou uma canção coletiva no clipe, celebrando a própria aura de encontros da música. O vídeo usa a ideia de um circo místico como uma grande ode ao amor em todas as suas formas, cores, sensações e expressões.
“Essa música é regida pelo arcano dos Amantes no tarot e pelo arquétipo lunar da donzela. Xote Celestial é um dos meus maiores xodós. Escuto ela e me sinto dançando com alguém pelas estrelas. Eu compus pouco antes de começar a pandemia e tem um ano que eu venho trabalhando a produção dela junto com meu amigo e produtor, Miguel Travassos. A voz e os instrumentos foram gravados dentro do meu guarda-roupa, exceto os sopros, que a gente gravou com o naipe da Foli Griô Orquestra no estúdio do Felipe Fernandes”, recorda.
Este é o terceiro de uma série de quatro singles projetados para apresentar a sonoridade de Dju enquanto artista autoral, fazendo de uma vida de experiências voltadas para o autoconhecimento e a espiritualidade inspiração para suas canções. Se as músicas diferem em estilo, elas se interligam ao tratarem de processos de autoconhecimento que se correlacionam. Todas são regidas por um arquétipo do tarot e simbolizam as fases da lua interna de Dju.
A ligação com a música que possuía desde a infância ganhou corpo nos últimos três anos, quando Dju passou a entoar mantras em satsangs e retiros espirituais e cantar em bares e eventos. Mesclando sua relação com a música com uma jornada interna por suas questões emocionais, o resultado é um caldeirão de influências, onde MPB e indie se encontram com tons de espiritualidade e mantras.
“Sinto que sou muitas mulheres em uma só. Sou a feiticeira, a menina que brinca, a apaixonada, a que morre e renasce e todas as infinitas possibilidades de ser. Por isso estou usando também esse conceito de lançar uma música por lunação e ao todo serem quatro, representando cada fase minha e interligando com as fases da lua”, antecipa Dju.
“Xote Celestial” já está disponível nas principais plataformas de streaming, e o clipe, no canal oficial de YouTube da artista.