Marilyn Monroe sempre foi um ícone extremamente popular, não só no mundo da arte, mas também na literatura. Este ano Marilyn completaria 95 anos e para homenagear a atriz o escritor e professor Lucas Martini escreveu O pai de Marilyn Monroe, baseado em fatos da vida da diva do cinema. Com apenas 26 anos, Lucas Martini lançou seu primeiro livro que mistura ficção e realidade sobre a estrela de Hollywood. Confira abaixo a entrevista inédita, no qual o autor revela suas inspirações para construir a narrativa de O pai de Marilyn Monroe.
Quando e como surgiu sua paixão pela escrita?
Lucas Martini: Como no caso da maioria dos escritores contemporâneos, surgiu na escola. Já gostava de ler antes, desde os nove anos, por incentivo do meu pai. No ensino médio, as redações e contos de diversos tipos que tínhamos que escrever nas aulas de Filosofia e Literatura me fizeram descobrir que, com um lápis e um papel, podemos criar cenários, histórias e personagens dos mais variados tipos. Essa descoberta me apaixonou e sigo me descobrindo como escritor até hoje.
Quais são os desafios de ser escritor no Brasil?
Lucas Martini: Quase a metade dos brasileiros não tem o costume de ler, e esse número aumenta a cada ano. Muitos dos meus conhecidos alegam não terem o hábito da leitura por falta de tempo ou simplesmente por não terem paciência. Por causa disso, a divulgação de um livro de boca em boca, ou pelas mídias sociais, torna-se bastante lenta e difícil. Felizmente tenho muitos amigos leitores, e recebo seu apoio tanto na divulgação quanto por incentivo.
Como surgiu a inspiração para escrever sobre Marilyn Monroe?
Lucas Martini: Amo filmes antigos desde criança, mas só fui me interessar por Marilyn Monroe no final da adolescência. Ao assistir ao que considero seu melhor filme, Quanto mais quente melhor, me apaixonei a ponto de querer saber mais sobre quem ela foi, não só em sua vida profissional, mas também pessoal.
Você fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual?
Lucas Martini: Li algumas biografias da Marilyn e assisti a alguns documentários, mas se eu for apontar uma obra especial na qual me inspirei, com certeza será o livro A vida secreta de Marilyn Monroe, do biógrafo J. Randy Taraborrelli. A melhor biografia que já li, trata em detalhes a vida dessa mulher que foi tão importante para a indústria do cinema e da moda, e usa de bases confiáveis para desmentir muitos boatos sobre a vida pessoal da atriz, alguns dos quais são tomados pelas pessoas como verdade ainda hoje.
Em quais autores se inspirou para compor a obra?
Lucas Martini: O livro tem o mesmo clima que você encontra nos romances de mistério e espionagem da metade do século XX. Na época em que estava escrevendo a novela, lia autores como Ken Follett, Agatha Christie, Conan Doyle e Raymond Chandler. Este último me ajudou a seguir o estereótipo do detetive cínico e durão, mas diria que a presença da Marilyn suaviza o clima e torna o público-alvo mais abrangente.
Algum personagem do livro foi inspirado em sua vivência?
Lucas Martini: Na verdade, duas amigas minhas me pediram para ter uma participação na história, por isso as adicionei como personagens. As duas aparecem brevemente no primeiro capítulo, com outros nomes, claro. Como a maioria dos outros personagens foram pessoas que realmente existiram, procurei me manter fiel às suas personalidades reais o máximo possível.
Além desse lançamento, você pretende publicar outros livros ou uma continuação para a história?
Lucas Martini: É possível, dependendo da recepção do público. Um segundo livro, um romance, já está sendo escrito. Não teremos Marilyn neste, mas ainda assim não pretendo desistir de incluir referências históricas e até mesmo pessoas reais. Além disso, alguns contos com o mesmo protagonista de O pai de Marilyn Monroe podem ser encontrados na coletânea: Os lábios da morte e outras histórias, que está disponível gratuitamente no Wattpad.
Quanto tempo levou para escrevê-lo?
Lucas Martini: Originalmente O pai de Marilyn Monroe era um conto de quarenta páginas, que escrevi em um ano. Resolvi detalhar e aumentar a história, convertendo-a em uma novela. Isso levou mais um ano. Ao todo foram cerca de dois anos de muita pesquisa, leituras e ajustes, até resultar no livro que tenho hoje.
Você escreveu essa obra pensando em qual público-leitor?
Lucas Martini: A maioria dos elogios que recebi foi de pessoas que não sabiam muito sobre Marilyn Monroe, mas passaram a se interessar por ela após lerem o livro. Escrevi pensando em retratar a Marilyn não apenas como uma sex symbol, mas como a pessoa que acredito que ela era no íntimo, e isso é um lado dela desconhecido para muita gente, mesmo 59 anos após sua morte. O livro provavelmente agradará não só aos fãs, mas também a todos os que curtem uma boa história ambientada num inverno dos anos 50.