Zélia Duncan apresenta o álbum “Pelespírito”, que celebra seus 40 anos de carreira

Zélia Duncan

Seria um caminho natural escolher por celebrar seus 40 anos de carreira com um projeto revisionista, ainda mais nesse momento inimaginável que o mundo está vivendo. São muitos os motivos. O necessário distanciamento físico, a (compreensível) dificuldade de inspiração, a triste realidade do atual cenário político-social, as perdas, as inúmeras perdas…

Mas Zélia Duncan escolheu transformar suas dúvidas e dores em música. E assim ela apresenta hoje “Pelespírito“, álbum que celebra suas quatro décadas de ofício e marca o seu retorno à Universal Music, companhia pela qual ela lançou discos como “Sortimento” (2001), “Eu Me Transformo em Outras” (2004), “Pré Pós Tudo Bossa Band” (2005), entre outros.

Pelespírito” é fruto de um encontro musical profundo com o poeta e produtor pernambucano Juliano Holanda, ao lado de quem Zélia compôs todas as 15 faixas que figuram no disco. “Meu novo encontro com o Juliano foi um acaso. Eu compus com várias pessoas durante esse tempo. Parceiros amados e queridos, como Ana Costa, Xande de Pilares, Lucina, Marcos Valle, Ivan Lins… Tem sido incrível, mas, num certo momento, eu e o Juliano nos conectamos de uma maneira muito profunda, porque ele teve uma disponibilidade muito grande para mim e vice-versa. Esse álbum também é um diálogo meu com ele, que mora em Recife. A gente não se viu e começou a compor por WhatsApp e a coisa fluiu de uma maneira absurda“, revela Zélia.

Nessas 15 canções tão íntimas e confessionais, Zélia passeia por ritmos como folk e country (“Viramos pó?”), rock´n´roll (“Nas horas cruas”), sertanejo nordestino e pantaneiro (“Tudo por nada”) e blues (“Sua cara tá grudada em mim”). Nele, a cantora propõe perguntas (“Onde é que isso vai dar?”, “O que se perdeu?”), faz declarações de amor (“Nossas coisinhas” e “Sua cara”), acenos e homenagens (“Você rainha”). E fecha o álbum deixando explícita a sua crença de que tudo vai ficar bem (“Vai melhorar”).

Esse disco foi todo feito nesse clima de mistério. Claro que a vida é um grande mistério, mas a gente está num momento especialmente enigmático, porque estamos lidando com um vírus. E isso para nós, artistas, nos atingiu na espinha e no coração do nosso ofício, que prevê o encontro. A arte precisa se encontrar com quem vai absorvê-la de alguma forma. No caso da música e da performance, é muito difícil ficar longe de tudo isso“, conta Zélia.

O álbum foi gravado entre 2020 e 2021 em vários home studios. Zélia e Webster Santos gravaram em suas respectivas casas, em São Paulo, Juliano Holanda em Pernambuco, Léo Brandão em Curitiba, Christiaan Oyens em Londres e Ézio Filho no Rio de Janeiro. E assim o projeto nasceu em plena pandemia.

Agora, após um ano e pouco disso tudo, temos experiência com esse sofrimento. Só que ele está virando música, livro, quadro, coreografia, peça teatral. E é isso que nós artistas temos que produzir e inventar todo dia. Porque não é só o fato de não estar trabalhando num palco, encontrando as pessoas, é uma coisa íntima também. No meu caso, isso virou muitas coisas. E uma delas é esse álbum, que é absolutamente especial para mim. Porque é um álbum todo autoral e todo feito com o Juliano Holanda. Ele é um desejo de ser um pequeno documento meu. E eu adoraria que ele pudesse mapear um pouquinho o momento das pessoas também. Porque as músicas têm isso. Elas pertencem a quem as ouve, a quem se apodera delas“, diz generosamente a cantora.

Mais sobre Zélia Duncan:

Ao longo desses seus 40 anos de carreira, Zélia Duncan lançou 15 discos, cinco DVDs solo, ganhou vários prêmios, Discos de Ouro e de Platina, participou de inúmeros trabalhos junto a grandes nomes da música brasileira, realizou vários projetos importantes, entre eles o CD e DVD “Eu Me Transformo em Outras” (2004), e fez parte da nova formação do grupo Os Mutantes (2007).

Pelespírito” – Faixa a faixa, por Zélia Duncan:

1) “Pelespírito” – É o nome do álbum e o nome da música que abre o disco. Essa letra foi feita num espasmo, de uma só vez, o que nem sempre acontece. Eu estava num momento especialmente difícil, física e emocionalmente. Eu sempre tenho à mão um lápis e um papel e quando comecei a escrever “Tô pele e espírito / tô por um fio dessa minha blusa”. E tudo o que eu escrevia era exatamente o que eu estava sentindo. Nenhuma vírgula foi mudada, nenhuma palavra. E assim a gente abre o disco, porque eu acho que essa música dá o tom do sentimento todo. E aí entra o Webster Santos, um músico muito sensível e que me conhece muito, que assina a produção comigo e o Juliano. O Webster foi muito especial nas suas intervenções, o que deixou a música toda sensorial.

2) “Onde é que isso vai dar?” – Ela é explicitamente para esse momento. Mas tem uma particularidade que eu adoro. Ela é literalmente um diálogo meu com o Juliano. Foi muito intensa a nossa relação para construir essas músicas. Eu imprimi 15 nesse álbum, mas são muito mais do que isso. Um dia, a gente tinha feito uma música que a gente estava feliz de ter feito e ele me mandou uma mensagem dizendo que estava feliz de estar compondo e que isso estava sendo bom pra ele nesse tempo. E aí eu escrevi para ele: “Te digo o mesmo. Isso me provoca”. Ele me provoca e eu adoro desafios. O Juliano é também um poeta. Ele mandava umas frases para mim, eu devolvia com outras e isso ia virando coisas, estrofes… E assim a gente foi construindo o diálogo nessa música, que é tão especial para mim. Essa é umas das músicas que me fez querer fazer o disco.

3) “Tudo por nada” – Essa foi a última música a ser gravada, aos 46 do segundo tempo. Porque nesse processo todo a gente não parou de fazer música. E aí apareceu essa. A letra, que é minha, surgiu primeiro. Na ocasião, eu estava assistindo na internet a Marcia Tiburi, uma amiga querida que admiro profundamente, que estava falando umas coisas tão interessantes. E ela começou a falar sobre como é importante que você sinta alguma coisa para poder ajudar os outros. Tem que começar em você esse sentimento. E aí, de novo, eu peguei o papel e comecei a escrever a letra, que diz “preciso doer pra te estender a mão / se eu não me vejo, te ignoro” . Fui seguindo nessa ideia e aquele sentimento ficou forte pra mim. Eu mandei para o Juliano, que entrou com uma melodia meio sertanejo nordestino, mas também ficou um pouco pantaneiro. O Webster fez uma viola que vem debaixo para cima. É uma faixa muito vistosa, com viola e violão, que eu não consegui deixar de fora. Mesmo porque o refrão dela diz: “Quando eu digo ‘vem’, é porque eu também vou”. Acho que isso que afirma as coisas é a minha cara. Eu quero cada vez mais me comprometer com as coisas e achei que essa música era um pouco isso. E ela está logo no começo do disco porque eu quero dizer rapidamente.

4) “Vou gritar seu nome” – Ela uma das três músicas “fofas” do disco. Curioso porque sempre tem uma pontinha de tristeza. Eu sempre acho que as coisas tristes não são necessariamente bonitas, mas quase sempre as coisas bonitas têm um pouco de tristeza, a meu ver. Nesses tempos então… Esse é um disco onde sempre tem uma pontinha de tristeza para mim. Embora essa música tenha uma leveza, ela está falando do futuro (“Talvez o futuro nos espere com flores”). Esse é um desejo que parte de uma tristeza, mas vira um desejo bom. Tem uma coisa que eu adoro no começo dela é o acordeom do Léo Brandão. Eu tentei, pelo menos numa faixa, trazer esses músicos que estão comigo há tanto tempo e que são tão importantes para mim, como o Léo, que toca teclado e acordeom na minha banda. Já o violão é meu. Quase em todas as faixas começaram com a minha voz e o violão. Esse é o cerne do álbum. É uma música que tem a pretensão de ser um pouco um parquinho de diversões, um sonho. É mesmo um sonho.

5) “Nossas coisinhas” – Essa é uma música absolutamente especial pra mim. Eu fiz para a Flavia, minha companheira. As músicas têm esse negócio de servir para todo tipo de situação se você se identifica com elas. Por exemplo, uma das primeiras pessoas para quem eu mostrei essa música foi uma querida amiga minha, que ficou ouvindo com a filhinha dela. E eu fiquei muito emocionada com isso, porque a música já estava se transformando, porque ela fala sobre “as nossas coisinhas de meninas”. E a minha amiga brinca com a filha quando elas estão sozinhas dizendo ‘vamos fazer as nossas coisinhas de meninas, vamos conversar, fazer o que a gente quiser‘. E é um pouco isso o que a música diz também. No meio da pandemia, eu estava voltando de uma situação superdifícil e pensei: ‘Eu preciso tanto agradecer a essa pessoa que está aqui comigo, cuidando tanto de mim‘. É muito pessoal. E quanto mais pessoal mais é universal descobrir isso como compositora. Essa é uma faixa em que eu toco violão sozinha. Os meninos acharam que a melhor tradução para ela era essa. Ela emociona as pessoas, é muito amorosa. E a gente ama essa música.

6) “Viramos pó?” – É a outra pergunta que tem no disco. Tem uma coisa importante que eu estou tocando violão e cantando, mas todo o arranjo dessa música foi feito pelo Christiaan Oyens, meu parceiro, meu compadre, meu amor, que hoje mora em Londres. Todos nós gravamos as nossas partes em nossas respectivas casas, sem podermos nos encontrar. E o Christiaan mandou de Londres as coisas e a gente se emocionou muito. Quando ele me mandou, ele disse que gravou muito emocionado. Sempre com o bom gosto dele, o Christiaan trouxe uma viagem diferente para o disco. Aliás, na faixa “Onde é que isso vai dar?” você sente que tem uma viagem ali. E ele fez todos aqueles sons. Essa música também fala muito sobre esse momento, que tem essas perguntas pra fazer e que a gente espera poder responder. Ela é um country, que é bem a nossa cara. O disco está todo folk, de modo geral.

7) “Raio de neon” – É outra das músicas “fofinhas”, gostosas do dico, acredito, que também tem um delicioso arranjo do Christiaan. Tem um solo de guitarra daqueles que eu adoro, que está te falando uma coisa. Não apenas um solo que está mostrando habilidade. Ele está contando uma história com a melodia. Essa é a única música que foi feita poucos dias antes de a gente fechar de vez e entrar em isolamento. Mas é interessante como ela já fala sobre essa situação. Porque já tinha um clima muito ruim no Brasil desde… nós sabemos quando (risos). Então já estava um clima muito difícil no país quando entramos nessa fase do vírus. A gente já estava contaminado com outros vírus. Vírus de ódio, de uma polarização muito perversa. E essa música fala disso também. Ela vem para aliviar, porque é uma música suave, mas também está falando de um momento um pouco triste. Mas ela é alegre.

8) “Nas horas cruas” – É o rock´n´roll do disco, que também fala da situação mais explicitamente, que fala sobre ficar em casa. “Quais são as armas que usamos dentro de casa, nas horas cruas, sem nada?” Eu escolho o amor. E você?

9) “Sua cara” – Outra música que nasce extremamente confessional e pessoal, porque eu a fiz para o meu pai. Perdi meu pai em dezembro de 2020. Meu pai morava em Rio Claro e eu estou em São Paulo. Então, fui de carro até a cidade dele algumas vezes. Numa dessas ocasiões, eu voltei e fiz essa letra, que diz “a sua cara tá grudada em mim”. Então, ela virou um blues. Eu também toco sozinha. Estou feliz de tê-la feito. É uma música emocionante do disco.

10) “Passam” – Foi uma das primeiras músicas que eu fiz com o Juliano Holanda, ainda sem saber que ia virar disco. Quando a gente fez, eu senti um ‘pancadão’ e disse: ‘É importante essa música pra mim´. Foi num momento também difícil, que eu estava chateada com um monte de coisas, coisas que tinham falado, tanto que no final dela eu falo “Nos querem sem palavras / mas todos passam”. Essa é umas das músicas que chegaram para reforçar o fato de que eu comecei a desconfiar que aqui isso ia virar um disco.

11) “O que se perdeu?” – Essa é uma música bem diferente do disco. Ela é esse diálogo meu com o Juliano. Eu fiz as letras muitas vezes pensando nele, na nossa conversa. “Seu remédio meu / Meu remédio seu / Sua cura, minha cura / O que se perdeu?”. Também tentando pensar onde que a gente adoeceu. Onde a gente adoeceu emocionalmente, no discurso, socialmente… Por que é que estamos tão doentes assim? Por que para enfrentar uma doença a gente escolheu esse vazio todo, esse vazio de pensamento? Essa música começa numa conversa minha com o Juliano e termina numa música que quer falar pra todo mundo.

12) “Eu e vocês” – É uma balada bem simples e que se propõe a ser bem simples mesmo. A gente estava tão agoniado que começamos a conversar sobre fazer uma música que acalmasse o nosso peito um pouco. E eu, como todos os meus colegas – tenho certeza – com essa abstinência do palco, de gente perto pra poder tocar, trocar, ouvir a reação das pessoas… É muito difícil essa parte. É a parte difícil das lives que a gente faz, porque é o nosso trabalho. Mas é uma coisa que nos deixa muito cansado de imaginar como seria se fosse. Eu estou fazendo 40 anos de carreira. São quatro décadas de contato com o público. E, de repente,  esse corte. Então, ‘Eu e vocês’ fala também disso. Ela começa falando “Uma daquelas pra suavizar a alma / Uma tranquila / Pra reconquistar a calma”. E o refrão fala diretamente para o meu público: “Vontade de cantar / Num coro essa canção / Com voz de coração. Eu e vocês”. Nada substitui eu e vocês. Vocês e eu juntinhos. Antes de eu gravar essa música,  eu a mandei a para a Elba Ramalho. E pensei: ‘Nossa, isso é a cara da Elba, que é uma mãezona!’. Ela ouviu e imediatamente se identificou. E ela batizou o álbum dela com os filhos de “Eu e Vocês”, que saiu bem antes do nosso, mas como um prenúncio de uma boa sorte para essa música, que é simples e que eu acredito que vai chegar muito fácil até as pessoas.

13) “Eu moro lá” – Ela é um pouco diferente do resto do disco. O Webster Santos está tocando nela toda, é bem a praia dele, uma música suingada. E outra vez eu fiz essa música para o Juliano. Ele e a Mery (sua esposa) moram num lugar que tem uma vista incrível, aberta, tem mar… Teve uma época em que eu vi algo na internet sobre o nordeste. Sou filha de baiano, sou nordestina também e tenho muito orgulho disso. E eu fiz essa música como uma declaração de amor pelo lugar de onde a gente vem. E eu estava pensando dele. “Eu moro lá porque tem o horizonte e um monte de céu pra olhar”. Só que aí eu comecei a pensar que eu falo de um rio. Não era o Rio de Janeiro exatamente. Eram os rios que nós temos nas nossas cidades. Mas como eu sou do Rio, é claro que isso vai ficar também marcado. Não me importo. Como eu me mudei para São Paulo, ficou parecendo que eu fiz essa música só para o Rio. Não foi isso, mas eu adoro pensar que também é. Na verdade, “Eu moro lá” tem a ver com o Brasil. O Brasil que a gente quer, que não é esse em que nós estamos vivendo hoje. A gente quer um outro Brasil. A gente quer virar o disco pra recomeçar. O Brasil nunca foi um lugar justo, nunca foi um lugar igual. A gente sempre teve grandes problemas por conta de abismo social, principalmente. Mas o Brasil que a gente entrou é um Brasil que é pior e mais difícil ainda. Então, eu moro lá. Eu moro lá naquele Brasil que eu vou buscar. Eu vou buscar!

14) “Você rainha” – É uma música muito delicada do disco, cuja letra eu fiz para as mulheres que sofrem na pandemia violência, para as que até morreram – que não foram poucas – para as que estão trancadas com seus algozes, para as que não conseguem pedir socorro. E para as que conseguem pedir socorro. Para que elas saibam que elas sempre terão uma saída. E que nós, juntas, somos muito fortes e podemos nos ajudar. É um sinal para essas mulheres, para que elas saibam que não estão sozinhas.

15) “Vai melhorar” – O disco se encerra com essa música. Por motivos óbvios. É o que a gente deseja, é o que a gente espera. A gente está vivo, a gente quer melhorar. “Vai melhorar / vem melhorar comigo / contigo  eu consigo melhor”. Desde o primeiro dia, eu venho dizendo (eu e tanta gente) que a gente só vai sair dessa situação toda  juntos. Não dá pra sair em partes. Por isso que temos que nos vacinar juntos. É coletivamente que vamos conseguir fazer uma coisa melhor. Vai melhorar, se a gente for junto. Nessa faixa eu conto com a participação especial de Ézio Filho no contrabaixo e percussão. Ele é diretor da minha banda há muitos anos e meu amigo querido.

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Confira um guia sobre a maior noite da música, o Grammy 2021 que acontece próximo domingo (14)

grammy2020
63º GRAMMYs Awards, acontece no domingo, 14 de março. Apresentado pelo apresentador do “The Daily Show”, Trevor Noah, o show conterá toda a música e magia que o público espera, ao mesmo tempo em que mantém as precauções de segurança do COVID-19. Os nomeados atuais incluem os maiores artistas da atualidade, incluindo  Beyoncé, Billie Eilish, Coldplay, Haim, Dua Lipa, Taylor Swift, Phoebe Bridgers e muitos outros. Artistas e apresentadores serão anunciados em breve.
Até lá, veja como se preparar para assistir seus apresentadores, indicados e vencedores favoritos do 63º GRAMMY Awards. Saiba mais sobre as diferentes maneiras de assistir ao show do  2021 GRAMMY Awards aqui e leia sobre como experimentar a temporada 2021 GRAMMY na íntegra abaixo.

Participe da GRAMMY Week:
Antes da maior noite da música, a Recording Academy está oferecendo uma infinidade de eventos maravilhosos como parte da GRAMMY Week 2021 . A semana começa na segunda – feira, 8 de março, com o GRAMMY In The Schools Fest , um evento virtual de quatro dias que celebra a música e a educação musical e apresenta apresentações de alunos e profissionais. (Este evento é gratuito para quem se inscrever com antecedência aqui(abre em uma nova guia).) Nesse mesmo dia, o Women In The Mix , outro evento virtual, vai reconhecer as contribuições das mulheres na música e vai amplificar a voz feminina. (Este evento acontecerá publicamente em GRAMMY.com.)
Grammy 2021
Na quarta – feira, 10 de março , a celebração da semana GRAMMY do Coletivo Inaugural de Música Negra apresentará uma série de conceituados criadores de música negra e profissionais conhecidos por amplificar as vozes negras na música e além. (Este evento pode ser visto em GRAMMY.com.)
Na quinta – feira, 11 de março , junte-se ao evento GRAMMY U Masterclass With Tayla Parx enquanto ela discute sua arte de escrever canções e experiência da vida real como uma artista multifacetada. (Este evento pode ser visto no canal da Recording Academy no Facebook(abre em uma nova guia).) No mesmo dia, a Celebração do 20º aniversário da Ala de Produtores e Engenheiros , um programa privado de uma hora, celebrará o marco de 20 anos da Ala de Produtores e Engenheiros da Recording Academy .
Na sexta-feira 12 de março , MusiCares ” Music On A Mission fundraiser virtual irá honrar a resiliência da comunidade de música, que foi profundamente impactado pela COVID-19 pandemia. Nesse dia, a 23ª Annual Entertainment Law Initiative , um evento privado, irá homenagear a Black Entertainment and Sports Lawyers Association (BESLA). Confira a lista completa de indicados ao GRAMMYs 2021 aqui
Cerimônia de estreia:
Antes da transmissão do GRAMMYs, certifique-se de ir aos bastidores com GRAMMY Live. Em primeiro lugar, a 63ª Cerimônia de Estreia dos Prêmios GRAMMY acontecerá no domingo, 14 de março, e será transmitido ao vivo internacionalmente via GRAMMY.com . Apresentado pelo atual três vezes indicado ao GRAMMY, Jhené Aiko, a Cerimônia de Estreia contará com apresentações dos atuais indicados ao GRAMMY, incluindo Burna Boy, Terri Lyne Carrington + Ciências Sociais, Jimmy “Duck” Holmes , Igor Levit, Lido Pimienta, Poppy, Rufus Wainwright e muitos outros. A Cerimônia de Estreia também é onde iremos premiar mais de 70 GRAMMYs em gêneros musicais que vão desde clássico e jazz a R&B, música global e muito mais.
Assista ao 63º GRAMMY Awards:
O único lugar para assistir a Biggest Night da música é na CBS, CBS All Access e Paramount. Durante a transmissão, visite GRAMMY.com durante a noite para assistir aos discursos de aceitação e entrevistas com os vencedores da noite.

Suricato se junta a Vitor Kley no lançamento do single “A dois”, que chega acompanhado de clipe

Vitor Kley e Suricato

Após ser indicado ao GRAMMY® Latino pela segunda vez consecutiva e lançar três álbuns somente em 2020, o carioca Suricato se juntou ao gaúcho Vitor Kley em uma parceria inédita para o lançamento do ensolarado single “A dois” (Ramon Matheus/ Ébano Machel), faixa que aproxima os mundos dos dois artistas e presenteia o público com um som leve e potente. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/ADoisPR . A nova canção chega acompanhada de um videoclipe, gravado em duas praias diferentes do litoral brasileiro, com direito a muito pé na areia e coração em alto mar. “A dois” está em todas as plataformas de música e o clipe já está disponível no canal oficial do Suricato no YouTube.

Apesar de a colaboração entre Suricato e Kley ser novidade, a música “A dois” é, na verdade, uma regravação da faixa homônima de uma banda independente chamada “Tem Amor”. Fã declarado de Vitor Kley, Suricato não hesitou em chamar o cantor para uma emprestar sua voz para essa nova versão do single.

“Na turnê do disco ‘Na Mão as Flores’, eu cedia o espaço de abertura para até seis artistas se apresentarem. Era lindo. Entre eles, uma banda chamada ‘Tem Amor’, que eu já conhecia e adorava. Escutei a música ‘A dois’ em um pocket show deles e amei. Como normalmente componho meu repertório sozinho, achei que seria maravilhosa a ideia de gravar uma canção de um artista independente. O Kley foi minha primeira opção, amo o trabalho dele e ele adorou a música. Ele é um cara que é sinônimo de sol é sempre bom ter por perto”, revela Suricato.

Honrado pelo convite, Vitor já sentia uma conexão forte com Suricato, mesmo antes de conhecê-lo. “O Rodrigo me mandou uma mensagem dizendo que tinha um som que era a minha cara, a minha vibe, e eu fiquei muito feliz! Tenho uma admiração musical por ele muito grande, então, nós já estávamos conectados antes mesmo de nos conhecermos. Acho que quando as pessoas se admiram artisticamente os universos já se aproximam muito“, conta Vitor Kley.

Com a regravação de “A dois”, Rodrigo, à frente do projeto que leva seu sobrenome, “Suricato”, apostou em um som mais brasileiro, mas com pegada. Na letra, o público poderá identificar trechos que enfatizam a importância do outro e versos que falam de amor e afeto. Em tempos nos quais a intolerância e o discurso de ódio ganham força, sobretudo na internet, “A dois” ostenta em sua letra a esperança e a união.

“Esse som vai levar esperança, união e leveza. Acho que quando dois artistas colaboram, já é sinal de união, coisas boas, respeito e amizade. E acho que o mundo sempre precisa disso, não só neste período caótico que estamos vivendo. As pessoas precisam se unir, lutar um pelos outros, estender a mão. Precisamos fazer isso por uma questão de humanidade, pelo bem das próximas gerações. Tenho certeza de que ‘A dois’ será uma companhia maravilhosa para dias complicados, dias de solidão das pessoas e até para mim mesmo”, diz Kley.

Para combinar com uma canção leve, nada mais justo do que um clipe ameno e suave. “Eu queria um clipe ao ar livre, sem nenhum conceito moderninho produzido para dar atmosfera hype. É a simplicidade da natureza com dois artistas que se interessam por ela e por boas canções”, explica Rodrigo.

O novo single de Suricato e Vitor Kley contou com uma participação pra lá de especial, que deu à canção uma nova roupagem. Convocado por Suricato, o público pode dar pitacos e opinar no resultado final de “A dois”. O processo colaborativo deu tão certo que o músico pretende repeti-lo em trabalhos futuros.

“Estou cada dia mais aberto aos processos colaborativos, pois me percebo mais seguro de mim. Um dos meus maiores propósitos é compartilhar informações com artistas independentes e o meu público. Sempre digo que ‘o processo é a própria arte’ e, por isso, achei boa ideia abrir a caixa preta do meu trabalho para as pessoas opinarem. Arriscado, nada pop, mas não me arrependo”, explica.

Recentemente, a pandemia do coronavírus completou um ano no Brasil. Neste período repleto de incertezas, cancelamento de shows e isolamento social, Suricato fez o que nenhum outro artista nacional conseguiu. Só em 2020, ele lançou um número impressionante de três discos e um single, sendo seu ano mais produtivo. Também não teve essa de bloqueio criativo para Vitor Kley, que usou a quarentena para escrever sobre a saudade e a falta e aproveitou para ficar com a família.

A admiração mútua e o respeito entre os dois artistas é antiga, mas fica ainda mais evidente em “A dois”. A potência e bagagem musical de Suricato misturada com a positividade do autor do hit “O sol” resultou em uma versão espontânea e autêntica.

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