YouTuber dinamarquesa se destaca fazendo funk e vídeos sobre o Brasil 

Frederikke Palmgren

Enquanto muitos brasileiros nutrem o sonho de morar em outro país, possivelmente na América do Norte ou Europa, o Brasil também é o destino dos sonhos de muita gente. É o caso da dinamarquesa Frederikke Palmgren, que cresceu apaixonada pelo país e acabou se mudando para o Rio de Janeiro. Desde então, ela vem chamando atenção como uma gringa de alma brasileira que transformou seu interesse na cultura e gastronomia locais em um canal de YouTube, o Fefe Life. Lá, publica vídeos de estilo de vida sobre sua experiência tendo vivido no Brasil e se casado com um brasileiro. Agora, Fefe é também mãe de um bebê brasileiro e, mesmo tendo se realocado para a Suécia, segue investido em seu canal e na carreira como cantora com foco na América do Sul.

A relação de Fefe com o Brasil é antiga. “Quando eu era pequena, tendo 10 ou 11 anos, na escola tivemos que fazer um projeto sobre o país que mais gostaríamos de visitar. Eu lembro ter escolhido Brasil, Rio de Janeiro e ter pesquisado sobre carnaval, arroz e feijão e a floresta amazônica. Desde então foi meu sonho maior conhecer o Brasil. Um dia fui para o Rio de Janeiro de férias, mas acabei não usando meu voo de volta. Achei um trabalho num hostel onde não me pagavam nada, só me deram uma cama numa garagem com 8 outras pessoas e café de manhã de graça, mas eu estava feliz porque eu estava morando no Brasil”, recorda.

Inicialmente, o foco de Fefe em seu canal era a sua carreira musical. Há quatro anos, ela começou a publicar seus clipes de funk, mostrando uma relação já próxima com a nossa cultura de rua. Todas as músicas são produzidas por ela mesma, indo de autorais a covers – o programa Casos de Família inspirou uma faixa, as batidas em 150 bpm também marcam presença, bem como a vinheta musical do metrô do Rio, a bebida Guaravita e até “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas, ganha uma versão funk. Porém, tudo mudou com a pandemia.

Quando descobriu estar grávida do primeiro filho, Frederikke morava na favela Tabajaras, em Copacabana, com seu esposo. Decidiu voltar para a Dinamarca para estar mais próxima de seus familiares neste momento, porém, com as fronteiras fechadas, o casal só conseguiu chegar até a Suécia, onde tem vivido desde então – mas ainda com planos de voltar ao Brasil. Apesar disso, Fefe permaneceu na ativa com seu conteúdo sobre o país, registrando desde a criação de seu filho brasileiro em um lugar estrangeiro até a reação dos suecos a nomes como Bolsonaro e Anitta.

“Para matar a saudade do Brasil eu falei muito com meus seguidores brasileiros e todo mundo queria ver conteúdo daqui, vendo como tudo funciona, e pouco a pouco virou o foco do meu canal. Mesmo estando fora do Brasil, meu público quase só consiste de brasileiros”, revela ela, que sempre grava em Português.

Em um ano postando conteúdos de estilo de vida, vlogs e respondendo perguntas dos seguidores, Fefe acumulou mais de 200 mil visualizações, atraindo principalmente homens entre 18 e 34 anos. As opiniões de uma gringa sobre o país são bem recebidas, em especial sobre tópicos cotidianos, como comida. Porém, quando o assunto muda para política, Frederikke recebe comentários hostis por se posicionar abertamente contra o atual presidente. “Sou gringa sim, mas o futuro do Brasil me importa muito e vou usar a minha voz, mesmo recebendo críticas”, defende.

Embora pareça improvável, Fefe vê alguns paralelos entre seu país de origem e o que adotou para si. “A cultura de amar festa é bem parecida, muitas pessoas dizem que Dinamarca é o Brasil da Escandinávia (risos). Ambos os povos gostam de se soltar nas festas, de se relaxar e se divertir com um bom churrasco. Outros países nórdicos são bem mais frios e reservados”, ela analisa.

Porém, as diferenças também são notórias.  Frederikke comenta que, mesmo vivendo há 2 anos na Suécia, não fez nenhum amigo verdadeiro, e que a situação foi completamente oposta morando no Brasil. Outro contraste é a vida das ruas, o movimento e a diversidade de quem povoa as vias urbanas.

“Na Suécia, na rua não acontece nada, porém no Brasil eu poderia só sentar numa cadeira fora da minha casa e gastar horas observando todo mundo, pessoas vendendo coisas, dançando, comendo, rindo, conversando. Se eu me sentia triste no Brasil eu simplesmente saía na rua, e ficava bem de novo”, recorda.

Agora, The Fefe Life segue firme e forte. A carreira como cantora não foi deixada de lado, e a artista já prepara outras novidades, singles e clipes para 2022. Enquanto isso, continua documentando sua jornada como imigrante que tem uma forte ligação com o Brasil e seu povo. 

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Confira um guia sobre a maior noite da música, o Grammy 2021 que acontece próximo domingo (14)

grammy2020
63º GRAMMYs Awards, acontece no domingo, 14 de março. Apresentado pelo apresentador do “The Daily Show”, Trevor Noah, o show conterá toda a música e magia que o público espera, ao mesmo tempo em que mantém as precauções de segurança do COVID-19. Os nomeados atuais incluem os maiores artistas da atualidade, incluindo  Beyoncé, Billie Eilish, Coldplay, Haim, Dua Lipa, Taylor Swift, Phoebe Bridgers e muitos outros. Artistas e apresentadores serão anunciados em breve.
Até lá, veja como se preparar para assistir seus apresentadores, indicados e vencedores favoritos do 63º GRAMMY Awards. Saiba mais sobre as diferentes maneiras de assistir ao show do  2021 GRAMMY Awards aqui e leia sobre como experimentar a temporada 2021 GRAMMY na íntegra abaixo.

Participe da GRAMMY Week:
Antes da maior noite da música, a Recording Academy está oferecendo uma infinidade de eventos maravilhosos como parte da GRAMMY Week 2021 . A semana começa na segunda – feira, 8 de março, com o GRAMMY In The Schools Fest , um evento virtual de quatro dias que celebra a música e a educação musical e apresenta apresentações de alunos e profissionais. (Este evento é gratuito para quem se inscrever com antecedência aqui(abre em uma nova guia).) Nesse mesmo dia, o Women In The Mix , outro evento virtual, vai reconhecer as contribuições das mulheres na música e vai amplificar a voz feminina. (Este evento acontecerá publicamente em GRAMMY.com.)
Grammy 2021
Na quarta – feira, 10 de março , a celebração da semana GRAMMY do Coletivo Inaugural de Música Negra apresentará uma série de conceituados criadores de música negra e profissionais conhecidos por amplificar as vozes negras na música e além. (Este evento pode ser visto em GRAMMY.com.)
Na quinta – feira, 11 de março , junte-se ao evento GRAMMY U Masterclass With Tayla Parx enquanto ela discute sua arte de escrever canções e experiência da vida real como uma artista multifacetada. (Este evento pode ser visto no canal da Recording Academy no Facebook(abre em uma nova guia).) No mesmo dia, a Celebração do 20º aniversário da Ala de Produtores e Engenheiros , um programa privado de uma hora, celebrará o marco de 20 anos da Ala de Produtores e Engenheiros da Recording Academy .
Na sexta-feira 12 de março , MusiCares ” Music On A Mission fundraiser virtual irá honrar a resiliência da comunidade de música, que foi profundamente impactado pela COVID-19 pandemia. Nesse dia, a 23ª Annual Entertainment Law Initiative , um evento privado, irá homenagear a Black Entertainment and Sports Lawyers Association (BESLA). Confira a lista completa de indicados ao GRAMMYs 2021 aqui
Cerimônia de estreia:
Antes da transmissão do GRAMMYs, certifique-se de ir aos bastidores com GRAMMY Live. Em primeiro lugar, a 63ª Cerimônia de Estreia dos Prêmios GRAMMY acontecerá no domingo, 14 de março, e será transmitido ao vivo internacionalmente via GRAMMY.com . Apresentado pelo atual três vezes indicado ao GRAMMY, Jhené Aiko, a Cerimônia de Estreia contará com apresentações dos atuais indicados ao GRAMMY, incluindo Burna Boy, Terri Lyne Carrington + Ciências Sociais, Jimmy “Duck” Holmes , Igor Levit, Lido Pimienta, Poppy, Rufus Wainwright e muitos outros. A Cerimônia de Estreia também é onde iremos premiar mais de 70 GRAMMYs em gêneros musicais que vão desde clássico e jazz a R&B, música global e muito mais.
Assista ao 63º GRAMMY Awards:
O único lugar para assistir a Biggest Night da música é na CBS, CBS All Access e Paramount. Durante a transmissão, visite GRAMMY.com durante a noite para assistir aos discursos de aceitação e entrevistas com os vencedores da noite.

Suricato se junta a Vitor Kley no lançamento do single “A dois”, que chega acompanhado de clipe

Vitor Kley e Suricato

Após ser indicado ao GRAMMY® Latino pela segunda vez consecutiva e lançar três álbuns somente em 2020, o carioca Suricato se juntou ao gaúcho Vitor Kley em uma parceria inédita para o lançamento do ensolarado single “A dois” (Ramon Matheus/ Ébano Machel), faixa que aproxima os mundos dos dois artistas e presenteia o público com um som leve e potente. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/ADoisPR . A nova canção chega acompanhada de um videoclipe, gravado em duas praias diferentes do litoral brasileiro, com direito a muito pé na areia e coração em alto mar. “A dois” está em todas as plataformas de música e o clipe já está disponível no canal oficial do Suricato no YouTube.

Apesar de a colaboração entre Suricato e Kley ser novidade, a música “A dois” é, na verdade, uma regravação da faixa homônima de uma banda independente chamada “Tem Amor”. Fã declarado de Vitor Kley, Suricato não hesitou em chamar o cantor para uma emprestar sua voz para essa nova versão do single.

“Na turnê do disco ‘Na Mão as Flores’, eu cedia o espaço de abertura para até seis artistas se apresentarem. Era lindo. Entre eles, uma banda chamada ‘Tem Amor’, que eu já conhecia e adorava. Escutei a música ‘A dois’ em um pocket show deles e amei. Como normalmente componho meu repertório sozinho, achei que seria maravilhosa a ideia de gravar uma canção de um artista independente. O Kley foi minha primeira opção, amo o trabalho dele e ele adorou a música. Ele é um cara que é sinônimo de sol é sempre bom ter por perto”, revela Suricato.

Honrado pelo convite, Vitor já sentia uma conexão forte com Suricato, mesmo antes de conhecê-lo. “O Rodrigo me mandou uma mensagem dizendo que tinha um som que era a minha cara, a minha vibe, e eu fiquei muito feliz! Tenho uma admiração musical por ele muito grande, então, nós já estávamos conectados antes mesmo de nos conhecermos. Acho que quando as pessoas se admiram artisticamente os universos já se aproximam muito“, conta Vitor Kley.

Com a regravação de “A dois”, Rodrigo, à frente do projeto que leva seu sobrenome, “Suricato”, apostou em um som mais brasileiro, mas com pegada. Na letra, o público poderá identificar trechos que enfatizam a importância do outro e versos que falam de amor e afeto. Em tempos nos quais a intolerância e o discurso de ódio ganham força, sobretudo na internet, “A dois” ostenta em sua letra a esperança e a união.

“Esse som vai levar esperança, união e leveza. Acho que quando dois artistas colaboram, já é sinal de união, coisas boas, respeito e amizade. E acho que o mundo sempre precisa disso, não só neste período caótico que estamos vivendo. As pessoas precisam se unir, lutar um pelos outros, estender a mão. Precisamos fazer isso por uma questão de humanidade, pelo bem das próximas gerações. Tenho certeza de que ‘A dois’ será uma companhia maravilhosa para dias complicados, dias de solidão das pessoas e até para mim mesmo”, diz Kley.

Para combinar com uma canção leve, nada mais justo do que um clipe ameno e suave. “Eu queria um clipe ao ar livre, sem nenhum conceito moderninho produzido para dar atmosfera hype. É a simplicidade da natureza com dois artistas que se interessam por ela e por boas canções”, explica Rodrigo.

O novo single de Suricato e Vitor Kley contou com uma participação pra lá de especial, que deu à canção uma nova roupagem. Convocado por Suricato, o público pode dar pitacos e opinar no resultado final de “A dois”. O processo colaborativo deu tão certo que o músico pretende repeti-lo em trabalhos futuros.

“Estou cada dia mais aberto aos processos colaborativos, pois me percebo mais seguro de mim. Um dos meus maiores propósitos é compartilhar informações com artistas independentes e o meu público. Sempre digo que ‘o processo é a própria arte’ e, por isso, achei boa ideia abrir a caixa preta do meu trabalho para as pessoas opinarem. Arriscado, nada pop, mas não me arrependo”, explica.

Recentemente, a pandemia do coronavírus completou um ano no Brasil. Neste período repleto de incertezas, cancelamento de shows e isolamento social, Suricato fez o que nenhum outro artista nacional conseguiu. Só em 2020, ele lançou um número impressionante de três discos e um single, sendo seu ano mais produtivo. Também não teve essa de bloqueio criativo para Vitor Kley, que usou a quarentena para escrever sobre a saudade e a falta e aproveitou para ficar com a família.

A admiração mútua e o respeito entre os dois artistas é antiga, mas fica ainda mais evidente em “A dois”. A potência e bagagem musical de Suricato misturada com a positividade do autor do hit “O sol” resultou em uma versão espontânea e autêntica.

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