Natalia Lafourcade compartilha a grande festa de “Un Canto por México Vol. 2” – álbum ter participação de Caetano Veloso

Natalia Lafourcade

Hoje (28), a cantora, produtora e multi-instrumentista Natalia Lafourcade lança sua nova produção discográfica: Un canto por México, Vol. 2. Com este álbum, em benefício da reconstrução do Centro de Documentación del Son Jarocho, a compositora compartilha onze novas canções, que incluem clássicos do canto mexicano e revisões de seu próprio trabalho.

Escute o álbum

Este grande álbum inclui canções inesquecíveis, como o pot-pourri de “Alma mia / Tú me acostumbraste / Soledad y el mar” e a comovente versão acústica de “La Llorona”. Mas no álbum também encontramos muitos convidados de primeira grandeza: Pepe Aguilar (“Cien años”), Rubén Blades e Mare Advertencia (“Tú sí sabes quererme”), Aida Cuevas (“Luz de luna”), Mon Laferte (“La trenza/amor completo”), Carlos Rivera (“Recuérdame”), Silvana Estrada e Ely Guerra (“La Llorona”), Caetano Veloso (“Soy lo prohibido”), Jorge Drexler (“Para qué sufrir [versión acústica]”) e Los Cojolites, que acompanham a cantora no single de saída “Nada es verdad”.

Para Natalia, a música de UCPM significa comunidade, união de vontades, trabalho em equipe, como pode ser visto nas colaborações e no número de músicos de diferentes idades e regiões que se juntaram neste álbum. É uma árvore da vida onde brotam emoções e ações que enriquecem a atual cena musical, ao mesmo tempo em que abraçam e acompanham corações.

Este segundo volume chega depois que sua primeira parte deu, à também produtora, seu segundo Grammy®️ (Melhor Álbum Regional Mexicano) e dois Grammys Latino®️ (Melhor Álbum do Ano e Melhor Canção Regional Mexicana). 

Hoje, a festa beneficente continua com este inesquecível volume 2, do qual Natalia compartilhou um manifesto:

“Nada Es Verdad”, nas palavras de Natalia Lafourcade:

Esta canção tem a força de um vulcão, nela, encontramos a voz dolorida e fraturada de grande parte da humanidade, de nossas comunidades, todos os tipos de comunidades. Nela, encontramos uma parte que também é a nossa história, uma história que dói profundamente dentro das nossas raízes, que nos afeta, que nos fratura, que nos adoece, que nos quebra. Da qual fazemos parte e que infelizmente continua a se repetir. Nesta canção, cada palavra pesa, caminha decidida, com coragem, força, impunidade e protesto. Aqui se grita:

Um rugido de terror é ouvido na madrugada

Pessoas correndo nas ruas, lágrimas de terror

Temos que mudar o curso, o sistema não funcionou.

Nada… nada é verdade! Tudo é um sonho escrito pela sociedade.

É uma canção que, como um terremoto, nos sacode para nos acordar, abrir os olhos e começar a meditar um pouquinho. Uma canção para dizer: já chega! Vamos procurar outra maneira de fazer as coisas, porque vivemos claramente nos braços de um sistema quebrado onde continuam faltando o equilíbrio e o trabalho para podermos viver com respeito, harmonia, liberdade, plenitude e, acima de tudo, amor. Então onde está a verdade? Qual é a verdade que pode nos salvar? Ainda mais, nesses tempos de tanta incerteza e tantas mudanças.

Los Cojolites escreveram esta canção há algum tempo, a inspiração, infelizmente, veio de seu próprio contexto, um contexto atingido por violência, pobreza, desigualdade, narcotráfico, problemas que refletem uma gestão disfuncional e desigual. Nós já sabemos disso, mas não temos que ficar estagnados. A música, então, com seu poder particular, ao ser capaz de unir, sensibilizar, curar, despertar consciências, nos fazer renascer e nos encher de força, tem a possibilidade de nos ajudar a recuperar a esperança, a fé e o desejo de seguir em frente.

Esta canção nasce de uma história triste, mas é como uma semente da grande árvore da vida onde podemos gerar mudanças. A mensagem se tornou ainda mais poderosa à medida que músicos e músicas encheram cada compasso de espírito. Em Nada es verdad, podemos sentir a força da terra, natureza, florestas, rios, flores, meninos e meninas, homens, mulheres, xamãs, a voz do fogo, e a verdade é que tenta recuperar seu espaço.

Ontem à noite, eu estava sonhando com uma grande felicidade.

Crianças riam e cantavam para sua mãe com amor.

Era em um tempo distante, eu não queria acordar

 São essas canções que, em algum momento, fazem você dizer: sim, é possível, sim, podemos encontrar a verdade que poderia nos salvar como humanidade. Agora essa verdade pode ser construída novamente, mas de outra perspectiva e com outra mentalidade.

E como é importante trabalhar em comunidade, nos levantarmos, olhar um para o outro e questionar tudo mais uma vez. Pois a vida seria diferente se nos conectássemos com a sabedoria ancestral que poderia nos ajudar a recuperar o respeito pela vida em toda a sua expressão, a partir daquela vida que habita em nós até a vida que podemos perceber no mundo que habitamos.

“Nada es verdad” é uma canção que me inspirou a mudar a verdade que me contaram, a que eu vi na televisão, aquela na qual erroneamente eu acreditei um dia e a começar a trabalhar por uma verdade mais terrena, mais sensível, mais entrelaçada com a daqueles que tenho perto de mim e finalmente a entender que eu sou parte de um todo onde todos nós colaboramos de uma forma ou de outra e podemos contribuir positivamente para o que acontece universalmente.

Eu já tinha tido a honra de interpretar essa canção com Los Cojolites e decidi colocá-la no vol. 2 de Un canto por México, porque este projeto nos deu a possibilidade de engrandecer uma comunidade que já existia. Conseguimos construir pontes entre mundos em prol de um único propósito compartilhado: fazer uma boa música que demonstre a força de nossas raízes e cultura, ao mesmo tempo em que, com o trabalho de pessoas maravilhosas, hoje, o Centro de Documentación del Son Jarocho continua sendo reconstruído com as mãos e a força de muitos. O objetivo final é que em breve possam continuar o trabalho comunitário que tem feito por mais de 25 anos. Esta, sim, é a nossa verdade, nós a construímos com todo o amor, tempo e energia para que agora sejam vocês que desfrutem do poder da música.

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Confira um guia sobre a maior noite da música, o Grammy 2021 que acontece próximo domingo (14)

grammy2020
63º GRAMMYs Awards, acontece no domingo, 14 de março. Apresentado pelo apresentador do “The Daily Show”, Trevor Noah, o show conterá toda a música e magia que o público espera, ao mesmo tempo em que mantém as precauções de segurança do COVID-19. Os nomeados atuais incluem os maiores artistas da atualidade, incluindo  Beyoncé, Billie Eilish, Coldplay, Haim, Dua Lipa, Taylor Swift, Phoebe Bridgers e muitos outros. Artistas e apresentadores serão anunciados em breve.
Até lá, veja como se preparar para assistir seus apresentadores, indicados e vencedores favoritos do 63º GRAMMY Awards. Saiba mais sobre as diferentes maneiras de assistir ao show do  2021 GRAMMY Awards aqui e leia sobre como experimentar a temporada 2021 GRAMMY na íntegra abaixo.

Participe da GRAMMY Week:
Antes da maior noite da música, a Recording Academy está oferecendo uma infinidade de eventos maravilhosos como parte da GRAMMY Week 2021 . A semana começa na segunda – feira, 8 de março, com o GRAMMY In The Schools Fest , um evento virtual de quatro dias que celebra a música e a educação musical e apresenta apresentações de alunos e profissionais. (Este evento é gratuito para quem se inscrever com antecedência aqui(abre em uma nova guia).) Nesse mesmo dia, o Women In The Mix , outro evento virtual, vai reconhecer as contribuições das mulheres na música e vai amplificar a voz feminina. (Este evento acontecerá publicamente em GRAMMY.com.)
Grammy 2021
Na quarta – feira, 10 de março , a celebração da semana GRAMMY do Coletivo Inaugural de Música Negra apresentará uma série de conceituados criadores de música negra e profissionais conhecidos por amplificar as vozes negras na música e além. (Este evento pode ser visto em GRAMMY.com.)
Na quinta – feira, 11 de março , junte-se ao evento GRAMMY U Masterclass With Tayla Parx enquanto ela discute sua arte de escrever canções e experiência da vida real como uma artista multifacetada. (Este evento pode ser visto no canal da Recording Academy no Facebook(abre em uma nova guia).) No mesmo dia, a Celebração do 20º aniversário da Ala de Produtores e Engenheiros , um programa privado de uma hora, celebrará o marco de 20 anos da Ala de Produtores e Engenheiros da Recording Academy .
Na sexta-feira 12 de março , MusiCares ” Music On A Mission fundraiser virtual irá honrar a resiliência da comunidade de música, que foi profundamente impactado pela COVID-19 pandemia. Nesse dia, a 23ª Annual Entertainment Law Initiative , um evento privado, irá homenagear a Black Entertainment and Sports Lawyers Association (BESLA). Confira a lista completa de indicados ao GRAMMYs 2021 aqui
Cerimônia de estreia:
Antes da transmissão do GRAMMYs, certifique-se de ir aos bastidores com GRAMMY Live. Em primeiro lugar, a 63ª Cerimônia de Estreia dos Prêmios GRAMMY acontecerá no domingo, 14 de março, e será transmitido ao vivo internacionalmente via GRAMMY.com . Apresentado pelo atual três vezes indicado ao GRAMMY, Jhené Aiko, a Cerimônia de Estreia contará com apresentações dos atuais indicados ao GRAMMY, incluindo Burna Boy, Terri Lyne Carrington + Ciências Sociais, Jimmy “Duck” Holmes , Igor Levit, Lido Pimienta, Poppy, Rufus Wainwright e muitos outros. A Cerimônia de Estreia também é onde iremos premiar mais de 70 GRAMMYs em gêneros musicais que vão desde clássico e jazz a R&B, música global e muito mais.
Assista ao 63º GRAMMY Awards:
O único lugar para assistir a Biggest Night da música é na CBS, CBS All Access e Paramount. Durante a transmissão, visite GRAMMY.com durante a noite para assistir aos discursos de aceitação e entrevistas com os vencedores da noite.

Suricato se junta a Vitor Kley no lançamento do single “A dois”, que chega acompanhado de clipe

Vitor Kley e Suricato

Após ser indicado ao GRAMMY® Latino pela segunda vez consecutiva e lançar três álbuns somente em 2020, o carioca Suricato se juntou ao gaúcho Vitor Kley em uma parceria inédita para o lançamento do ensolarado single “A dois” (Ramon Matheus/ Ébano Machel), faixa que aproxima os mundos dos dois artistas e presenteia o público com um som leve e potente. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/ADoisPR . A nova canção chega acompanhada de um videoclipe, gravado em duas praias diferentes do litoral brasileiro, com direito a muito pé na areia e coração em alto mar. “A dois” está em todas as plataformas de música e o clipe já está disponível no canal oficial do Suricato no YouTube.

Apesar de a colaboração entre Suricato e Kley ser novidade, a música “A dois” é, na verdade, uma regravação da faixa homônima de uma banda independente chamada “Tem Amor”. Fã declarado de Vitor Kley, Suricato não hesitou em chamar o cantor para uma emprestar sua voz para essa nova versão do single.

“Na turnê do disco ‘Na Mão as Flores’, eu cedia o espaço de abertura para até seis artistas se apresentarem. Era lindo. Entre eles, uma banda chamada ‘Tem Amor’, que eu já conhecia e adorava. Escutei a música ‘A dois’ em um pocket show deles e amei. Como normalmente componho meu repertório sozinho, achei que seria maravilhosa a ideia de gravar uma canção de um artista independente. O Kley foi minha primeira opção, amo o trabalho dele e ele adorou a música. Ele é um cara que é sinônimo de sol é sempre bom ter por perto”, revela Suricato.

Honrado pelo convite, Vitor já sentia uma conexão forte com Suricato, mesmo antes de conhecê-lo. “O Rodrigo me mandou uma mensagem dizendo que tinha um som que era a minha cara, a minha vibe, e eu fiquei muito feliz! Tenho uma admiração musical por ele muito grande, então, nós já estávamos conectados antes mesmo de nos conhecermos. Acho que quando as pessoas se admiram artisticamente os universos já se aproximam muito“, conta Vitor Kley.

Com a regravação de “A dois”, Rodrigo, à frente do projeto que leva seu sobrenome, “Suricato”, apostou em um som mais brasileiro, mas com pegada. Na letra, o público poderá identificar trechos que enfatizam a importância do outro e versos que falam de amor e afeto. Em tempos nos quais a intolerância e o discurso de ódio ganham força, sobretudo na internet, “A dois” ostenta em sua letra a esperança e a união.

“Esse som vai levar esperança, união e leveza. Acho que quando dois artistas colaboram, já é sinal de união, coisas boas, respeito e amizade. E acho que o mundo sempre precisa disso, não só neste período caótico que estamos vivendo. As pessoas precisam se unir, lutar um pelos outros, estender a mão. Precisamos fazer isso por uma questão de humanidade, pelo bem das próximas gerações. Tenho certeza de que ‘A dois’ será uma companhia maravilhosa para dias complicados, dias de solidão das pessoas e até para mim mesmo”, diz Kley.

Para combinar com uma canção leve, nada mais justo do que um clipe ameno e suave. “Eu queria um clipe ao ar livre, sem nenhum conceito moderninho produzido para dar atmosfera hype. É a simplicidade da natureza com dois artistas que se interessam por ela e por boas canções”, explica Rodrigo.

O novo single de Suricato e Vitor Kley contou com uma participação pra lá de especial, que deu à canção uma nova roupagem. Convocado por Suricato, o público pode dar pitacos e opinar no resultado final de “A dois”. O processo colaborativo deu tão certo que o músico pretende repeti-lo em trabalhos futuros.

“Estou cada dia mais aberto aos processos colaborativos, pois me percebo mais seguro de mim. Um dos meus maiores propósitos é compartilhar informações com artistas independentes e o meu público. Sempre digo que ‘o processo é a própria arte’ e, por isso, achei boa ideia abrir a caixa preta do meu trabalho para as pessoas opinarem. Arriscado, nada pop, mas não me arrependo”, explica.

Recentemente, a pandemia do coronavírus completou um ano no Brasil. Neste período repleto de incertezas, cancelamento de shows e isolamento social, Suricato fez o que nenhum outro artista nacional conseguiu. Só em 2020, ele lançou um número impressionante de três discos e um single, sendo seu ano mais produtivo. Também não teve essa de bloqueio criativo para Vitor Kley, que usou a quarentena para escrever sobre a saudade e a falta e aproveitou para ficar com a família.

A admiração mútua e o respeito entre os dois artistas é antiga, mas fica ainda mais evidente em “A dois”. A potência e bagagem musical de Suricato misturada com a positividade do autor do hit “O sol” resultou em uma versão espontânea e autêntica.

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